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Entrevista ao Paco Sáez: “O futuro é agora”

Francisco Javier Ruiz Sáez é muito mais do que um treinador com licença UEFA PRO. É formador, mentor e um apaixonado pelo futebol, com mais de 20 anos dedicados ao ensino na Escola de Treinadores da RFFM. Viveu o futebol dentro e fora das quatro linhas, deixando a sua marca em países como França, Japão e China, e transmitindo a sua experiência às novas gerações de técnicos. Nesta entrevista exclusiva para a AITF, Paco Sáez recorda a sua carreira, a sua paixão por partilhar conhecimento e a sua visão sobre o presente e o futuro do treinador moderno.

Pergunta: Estás há muitos anos ligado ao futebol de várias formas. Qual dirias que foi o momento mais marcante da tua carreira como treinador?

Resposta: Houve vários momentos: vencer a liga na 3.ª Divisão, jogar a final do Campeonato de Espanha Sub-16, várias subidas de divisão, disputar a Fase Nacional na China… Tive momentos bonitos e emocionantes.

P: Trabalhaste em países como França e Japão. O que te trouxeram essas experiências internacionais a nível profissional e pessoal?

R: Experiência e conhecimento. Em França, trabalhei no Programa Horizon Blue, que foi muito interessante. No Japão estive em 2014 e 2015, e numa conferência na Universidade de Aichi percebi o entusiasmo dos treinadores em conhecer os métodos que utilizávamos na Europa. Enchiam sempre o auditório.

P: Para além de treinar, colaboras há mais de 20 anos com escolas de treinadores. O que te levou a envolveres-te também nesses papéis?

R: Gosto da formação e de partilhar com os novos treinadores o conhecimento acumulado. Acho que é uma forma de retribuir parte daquilo que o futebol me deu.

P: Olhando para tudo o que fizeste até agora, há algum projeto ou etapa que recordes com especial carinho?

R: Cada etapa tem o seu encanto e recordo todas com carinho. Mais de 400 jogos na 3.ª Divisão, os anos na formação do Atlético de Madrid, onde vi jovens que hoje estão no futebol profissional, a minha etapa na China na Academia Internacional Real Madrid–Guangzhou Evergrande… De todas guardo grandes recordações e, o mais importante, grandes amigos.

P: O que te motiva a continuar a participar em conferências e colóquios com treinadores, mesmo após tantos anos de experiência?

R: Adoro futebol, é a minha paixão, e gosto de continuar a aprender. Tive a sorte de ser ao mesmo tempo treinador e professor na RFEF, porque o que aprendia a dar aulas aplicava depois nos treinos. É uma aprendizagem contínua, e continuo a participar nestes eventos para seguir a aprender com os colegas treinadores.

P: Que valor achas que têm os colóquios promovidos pela AITF para os treinadores de hoje?

R: Desde a AITF queremos estimular a criatividade dos treinadores, que entendam que o futebol tem de continuar a evoluir e que eles são uma parte fundamental. Vamos criar-lhes inquietações para entender e resolver novos desafios.

P: Nas tuas intervenções costumas falar de tática, análise e evolução do jogo. Como costumas abordar estes temas para que sejam úteis e práticos em todos os níveis?

R: Dou aulas há 20 anos na Escola de Treinadores e, com os meus colegas, acompanhei a evolução dos conteúdos de Tática e Sistemas de Jogo. O treinador tem de evoluir também e não ficar para trás. É isso que tento transmitir nas formações aos novos treinadores.

P: Que tipo de inquietações ou reflexões costumas encontrar nos treinadores mais jovens quando participam nestes encontros?

R: Os jovens assistem a um jogo e ficam com as ações técnicas. Ainda não conseguem ver a intenção tática em cada ação. Tento que percebam o futebol como um jogo onde o movimento do jogador é tão importante quanto a ação técnica. Aquilo que chamamos o ciclo de jogo do jogador: passar–mover–receber e repetir.

P: Há alguma ideia ou mensagem que nunca falte quando participas nestes encontros?

R: A criatividade do treinador é o que o fará evoluir nesta profissão maravilhosa. A cabeça nunca para de pensar em como melhorar o próximo treino para ganhar o próximo jogo, ou algo tão importante como ver a evolução dos jogadores.

P: Olhando para o futuro: como imaginas os colóquios entre treinadores daqui a 10 anos? Que temas achas que dominarão as conversas?

R: O futuro é agora, e é agora que devemos reagir e ver o que podemos aportar. Daqui a 10 anos haverá mudanças nas regras que certamente alterarão a forma de jogar, e o treinador deverá estar preparado. A tecnologia ajuda, mas a pessoa tem de estar à frente na tomada de decisões. Por isso, o treinador não deve parar de se formar e de aprender em colóquios e espaços como os que a AITF promove.


A AITF trabalha para criar ligações entre treinadores de todo o mundo, oferecendo oportunidades de crescimento e desenvolvimento em mercados internacionais. Se és treinador de futebol e queres melhorar a tua carreira ou partilhar a tua experiência, convidamos-te a juntar-te à nossa comunidade. Junta-te à aitf e faz parte de uma rede global que apoia e potencia o talento dos técnicos de futebol!


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